Uma receita cheia de tradições, a preferida
de Jorge Amado, a cara da Bahia, mas ainda pouco difundida pela massa.
Com o passar do tempo os portugueses não
encontravam mais africanos em quantidade nos litorais e foram interiorizando
cada vez mais a busca por povos para escravizar na parte central e norte da
África, no final do séc. XVIII e no séc XIX eles trouxeram para o Brasil o povo
haussás, hauçás, haúças, também conhecidos por hausa, muçulmanos habitantes do
norte da Nigéria e sudeste do Níger. Não se constituíam uma nação, mas eram
formados por vários povos que tinham uma identidade linguística. Este povo
abrigava muitas tradições e conhecimento e a sua culinária era riquíssima . O arroz,
a batata e o inhame foram culturas que estavam presentes em quase todo
território africano. O prato consiste uma porção de arroz inchado – como chamam
em Salvador o arroz grudento, quase papa -, cozido em agua, leite de coco e
sal, acrescido de carne seca acebolada e coberto com molho de camarão seco,
tudo regado com azeite de dendê.
Uma coisa é certa, essa receita pode ter sido
adaptada quando chegou ao Brasil. Nem sempre eles encontravam os ingredientes
africanos que eram muito mais diversos, principalmente naquela região, onde estavam
situados os grandes reinos que possuíam uma rede de comércio com o mundo
europeu mediterrâneo e com o mundo oriental do Índico.
Ingredientes para 4 pessoas:
Para
o arroz:
2 e 1/2 xícara(s) de chá de arroz branco
cozido
Água o suficiente para cobrir o arroz na
panela
1/2 xícara de chá de leite de coco
Sal a
gosto
Numa panela, coloque a água pra ferver.
Quando em ebulição junte o sal e o arroz e misture bem e deixe o arroz
cozinhar. Prove o arroz para ver se está macio, acrescente leite de coco,
acerte o sal, misture bem até o arroz ficar meio papa. Coloque esse arroz em
uma forma de bolo com furo untada. Reserve.
Para
a carne Seca
400 gr de carne de charque dianteira
Na véspera, corte o charque, coloque numa
tigela, cubra com água fria e deixe de molho durante a noite. No dia seguinte, escorra
o charque, coloque numa panela, cubra com água, leve ao fogo e continue o
cozimento até a carne ficar macia. Tire do fogo, escorra, desfie . Frite o
charque em uma frigideira antiaderente até ficar bem crisp e reserve.
Para
o creme de camarão
300gr de filé de camarão fresco
5 colher(es) de sopa de azeite
1 cebola em rodelas finas
1 cabeça de alho
½ pimentão em pedaços
3 colher(es) de sopa de azeite de dendê
Sal e Pimenta a gosto
Um pouco de Coentro a gosto
1 pimenta
dedo de moça picada
1/2
tomate picado
As cabeças do camarão seco
1 xicara de leite de coco.
Numa frigideira, coloque o dendê e aqueça em
fogo médio e frite os camarões temperando-os com sal e pimenta (não coloque
todos de vez), vá retirando da frigideira e reservando a parte. Na mesma
frigideira que selou os camarões, junte a cebola picada até ficarem macia, as
cabeças do camarão seco, depois o alho, os pimentões, as pimentas, o cheiro
verde, acrescente o leite de coco e leve essa mistura para o liquidificador ou
bata com o mixer até ficar uniforme. Acrescente os camarões, misture, tampe a
panela e cozinhe em fogo brando, por mais dois ou três.
Você pode fritar também uns camarões secos
para decoração do prato.
Desenforme
o “bolo” de arroz em um prato, coloque o molho do camarão com camarão no
centro, distribua alguns camarões na parte superior do arroz e em volta do
prato distribua a carne seca frita, coloque um pouco de coentro picado pelo
prato.
Delicie-se
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